23 abril 2009

poesia: Mar e Ilha

Mar e Ilha

Tu, que de vermelho e preto já me provocou o olhar;
que com teu jeito meigo me lançou ao mar
e com canto de sereia aprisionou-me em ilha
- com esses gestos e desejos tão de longe...
Sê meu mar e ilha, pra eu virar teu monge
e na minha solitude contemplar tua maravilha!

-- Joao Otero - 23-abr-09 --

21 abril 2009

poesia: Ardente



e tudo de súbito é claro - o que já foi transparente
um sangue do meu próprio peito jorrou-se em mácula, ausente
se era o outro lado, o sinistro!, o lado então descontente
porque não deságua ele, e é este lado o vertente?

e tudo de súbito é claro - eu de dois lados carente
o chicote que me adestra foi um carrasco veemente
o lado esquerdo, cortado, já tornou-se indiferente
o lado direito, coitado, passou a ser o que sente

-- João Otero - 21-abril-09 --

Malvada

oh! desdenhosa dona de um coraçao carcomido
malvada dama que beijou meu caro amigo
te quero mal, mas não sou teu inimigo
de minha parte, o teu maior castigo,
vai ser saber
que por completo me poderías ter tido
mas nunca mais vais ter!

-- Joao Otero - 21-abr-09 --