24 dezembro 2013

Para quem tem o olho inchado

Um amor fajuto. Desses de se querer ficar junto mesmo sem entender o porquê daquela dor insistente no peito onde devia ter só alegria. Mas daí, um dia, a gente acorda com olhos despertos, com olhos de ver, e percebe direito que quem tinha algo ali no lado esquerdo era só você. E a gente percebe que aquilo que nos fizeram crer não era exatamente bem aquilo... "Como que o meu grande amor mentiu pra mim?". "Bem, talvez não fosse tanto meu o amor assim", a gente se questiona. E logo em seguida meio que se desapaixona. E pronto: nasceu um desenganado. Mas a vida é uma longa estrada, com caminhos mil, para quem tem o olho inchado mas a alma juvenil. E depois que a gente murcha os olhos e vê que quase se perdeu na vida por um triz... um dia a gente se apruma e tenta... A gente sempre tenta mais uma vez ser feliz.

-- João Otero - 24-dez-2013 --

16 dezembro 2013

Sol e Lua



14 dezembro 2013

12 novembro 2013, São Paulo, 1:30 AM


Amor civilizado não é amor.
É um sofrimento quieto.

Queria agora














sonhos compartilhados
dar um presente

abraço sincero
viver uma vida
os sons da minha terra
minha metade

um chalé
paz
uma pêra

11 dezembro 2013

Papo sobre a importância do presente + uns conselhos farmacológicos de bônus...
Altos e baixos em crise existencial: os altos andam muito baixos, e os baixos são altos demais.
Lamotrigina neles.
Rumo a Cruz Alta. Preparando o espírito.
"Lasciate ogni speranza, voi che entrate"

10 dezembro 2013

Casca

hein, lua? não... tão longe, tão longe...
deixa eu querer essa areinha aqui da praia
tão gostosa de pisar
aqui na praia não tem flores, não tem borboletas
tem o mar...
mas não vou lá não (não tem nada lá!)
deixa eu ficar aqui na praia
comendo meu maracujá
aliás, uma vez já quis ser flor
mas olhando assim, quero ser fruta
uma fruta até bonita, vá lá
mas uma fruta com casca
é... quero ter casca

-- João Otero - 10-dez-2013 --

04 dezembro 2013

Devemos ter muito cuidado com as memórias que criamos.
Elas vão nos acompanhar por boa parte do resto de nossas vidas...
Parece que o coração quer sair pela boca.
Vácuo comprimindo o peito. Nó apertando a garganta.

03 dezembro 2013

Toques

A minha vida
é um poema sem fim
Tudo o que eu toco
toca em mim

E eu toco da vida
tudo o que é ruim

Bem, nem sempre
é assim...

Às vezes,
o toque vem fundo
no rim

Mas eu sei que é breve
da vida
a estadia

E tem sempre uns beijinhos
guardados
no outro dia

-- João Otero - 3-dez-2013 --

29 novembro 2013

Falaram-me de sentimentos descartáveis.
Rá! Pus no blog pra não esquecer como são as coisas...
E hoje, pela primeira vez na vida, eu entendi o significado da palavra hipocrisia. Just for the record.

28 novembro 2013

Novembro foi in-tenso

http://www.eumaior.com.br/

27 novembro 2013

Parque do Povo


Frivolidades





Fale-me frivolidades
Faz falta falá-las
Foram ficando fracas, fracas...
Fechadas, fechadas...
Faltaram em si mesmas.



 Veja outros poemas da coleção Letras

-- João Otero - 27-nov-2013 --


Filme

vivia a vida no pouco em pouco de cada suspiro
não à toa ia parado, enquanto essas coisas correm em volta
apreciando de quadro em quadro, não tinha pressa do fim do filme
era como se a vida gastasse
ia poupando...

-- João Otero - 27-nov-2013 --

26 novembro 2013

Acabei de assistir a porra duma comédia romântica e fiquei com muita raiva.
Just for the record. Merda.

25 novembro 2013

Anoitecer


"teu silêncio me preocupa" -- diz meu pai.

No stress. Tô falante.

A Escala das Coisas

Acumulamos muita coisa.
Do tênis novo, ao porta-retratos, o guarda-chuva, a bicicleta, o carro, a casa, o perfume - e segue a lista... Não pelas coisas em si, mas pelo que nos proporcionam: a atenção dos outros, a boa memória dos momentos com os amigos, a proteção da chuva quando necessário, a diversão, o transporte, o conforto e a segurança, o cheiro bom e um pouco mais de atenção.
Acontece que de tanta coisa, somos mais lentos que um caramujo. Não cabem nossas coisas todas em nossas costas. E tanta coisa assim, no fim, nos limita. Para termos tudo isso, ficamos parados - não podemos carregar. Em suma, nossas coisas não escalam. Ou seja: os benefícios que nossas coisas nos proporcionam, não escalam.
Escalar é quando o efeito ou benefício da coisa aumenta numa proporção maior do que a quantidade de coisas.
Se eu escrevo um texto em formato digital, esse texto escala: eu posso escrever uma única vez e distribuí-lo a um número grande de pessoas. Se eu escrever à mão, numa folha de papel, ele já não escala tão bem. Um tênis não escala. O guarda-chuva escala muito mal até duas pessoas. A bicicleta não escala. O porta-retratos requer um olhar seu para ter valor, e apenas naquele breve momento em que dura o teu olhar... As coisas não escalam, no geral.
Para termos o benefício de nossas coisas, teríamos que tê-las todas conosco, o tempo todo. Mas quantas coisas conseguimos carregar? Comparado com as coisas que temos, muito, muito poucas!
Ao invés de coisas, deveríamos acumular outras coisas: experiências. Experiências escalam, porque estão com você o tempo todo, em qualquer lugar, e você pode acumular mais e mais sem ocupar espaço, e conseguido carregá-las.
A quantidade de bons momentos e memórias de lugares fascinantes. O aprendizado de culinária, de línguas, de lugares, de técnicas, de matemática, de histórias. A memória muscular para desviar de um objeto em sua direção, ou para cair sem se machucar. A inteligência emocional para tratar com as pessoas e consigo mesmo. Saber dançar. Saber tocar uma música. Saber pensar.
Porque no final, você aproveita muito pouco de todas as coisas que tem - quase nada. E só o que te acompanha por toda a vida, em qualquer lugar, na prisão, na cama de hospital e até o leito de morte, são as suas experiências.
Ademais, as coisas produzem alguns efeitos colaterais: ansiedade, preocupação e a insegurança de perdê-las; que nos faz menos propensos a riscos, e por consequência menos propensos a experiências - e isso já seria ruim o bastante. Mas o pior, é que as coisas nos limitam: nos tiram a liberdade. Quem cuidará de suas coisas quando você quiser viajar pelos quatro cantos do mundo?
Quem teve a vida mais rica: o que acumulou coisas, ou o que acumulou experiências? Pois não são as experiências o propósito final das coisas? Ou seja, não temos coisas pelo que elas nos proporcionam, afinal?
Assim como as crenças, nossas coisas nos limitam.
Ok, as coisas são necessárias sim. Dormir ao relento não é legal. Ter que procurar um novo lugar para dormir toda noite não é lá muito tranquilizador. Uma casa facilita. Mas sua necessidade é sempre momentânea. O ideal seria tê-las todas descartáveis; alugáveis. Acumular o benefício das coisas, não as coisas em si.
Sem conclusões ainda. Só comecei a pensar nisso hoje...
Apenas percebi que o benefício das coisas que temos é muito ínfimo se comparado aos parcos momentos em que as usamos. Me parece um desperdício. Tanto de dinheiro, e quanto mais de vida - que na escala das coisas, é muito mais importante!

-- João Otero - 25-nov-2013 --




A vida não é dura...
É que ela nos empurra às vezes aonde não pensamos ir
Ela só é bem mais forte que as nossas vontades
Mas não dura
Basta não querermos tanto... Basta surfá-la um pouco
Na vida, só o que nos cabe são as nossas escolhas momentâneas
Todo o resto é puro wishful thinking

24 novembro 2013

Uma sala de cinema, antes do filme, sem gente dentro: perfeição de luz e silêncio.
Aprende a não querer, e terás o mundo.

Véu de chuva

véu de chuva
frêmito de asas
arrefecendo brasas
de almas ao relento
que numa tarde fulva
e num gostoso alento
de demorar o tempo
iam em pequenos frascos
acomodando os passos
que a lágrima turva
daquele véu de chuva
ia perdendo ao vento
e encobrindo os traços

-- João Otero - 24-nov-2013 --

21 novembro 2013


17 novembro 2013

Insônia. Segunda semana. Até parece filme...

Pois bem, vejamos onde levam os pensamentos aleatórios - a essas horas já nem devo pensar direito mesmo:

A palavra do dia (noite) é "ansiar". Ouvi falarem e anotei.

Palavra tão poética. Tão significativa. Desejar, almejar. Tão contraditória. Aflição, angústia. Tão repugnante. Náusea, enjôo.

Uma palavra que parece uma borboleta.
Fiquei pensando qual o meu estágio...

Fiquei pensando se não quer dizer tudo a mesma coisa, também. Deve querer. Deve ter um significado oculto, alguma espécie de radical da verdade, preso em todas as diferentes semânticas da palavra.

E se almejar for mesmo tão próximo de náusea quanto aparenta? Não seria então melhor não almejar?

Aí me lembro das viagens de carro para a praia, passando pelas curvas da serra... Náusea. Fixar o olhar ao longe. Passou... Aprendi com meu pai.

Fixar o olhar ao longe - quando vem a náusea. Ou quando almejar.

E eis que pensei nisso hoje mesmo: fixar o olhar ao longe - de certa forma.
Coincidências? Ou estou apenas fazendo acordado o trabalho cognitivo que o meu sonho deveria estar fazendo comigo dormindo? Organizando as gavetas... Juntando os trapos...?

Organizar os trapos. Fixar o olhar ao longe. Remediar a náusea. Suprimir o desejo.

Fixar o olhar ao longe.
Borboleta.

Bater asas.

Talvez um sonho. Só um sonho.
Só um pensamento furtivo.... Foi lá, voou... Sono. Dormir. (Tomara!)

15 novembro 2013

A abjeta morte de uma imagem idealizada. É a coisa mais triste do mundo.

Três Penas

Tenho três penas comigo:
Uma na mão,
Uma na alma,
E outra no umbigo
- porque lá parou meu coração
Uma me empurra ao perigo
Outra me pune na mesma razão
Mas é a terceira pena que me lembra
O que merece a minha atenção

-- João Otero - 15-nov-2013 --

14 novembro 2013

Café

soou o estampido
levanta
toma teu café
de pão francês
e leva a pobreza
para passear
às seis da manhã
pois deve ser bom
tá todo mundo lá
deve ser bom
volta com o sol
inverte o sorriso
na boca banguela
celebra em birita
batendo uma palma
no rosto lustroso
da tua mulher
e acorda
voltou a alegria!
soou o estampido
levanta
já é novo dia
toma teu café...

-- João Otero - 28-mar-2014 (nova versão --









soou o estampido
levanta
toma teu café
de pão francês
leva a pobreza pra passear
às seis da manhã
deve ser bom
tá todo mundo lá
deve ser bom
volta com o sol
inverte o sorriso
na boca banguela
celebra com birita
e bate palma
no rosto da mulher
e acorda
voltou a alegria!
soou o estampido
levanta
já é novo dia
toma teu café...

-- João Otero - 14-nov-2013 (versão original) --

10 novembro 2013

é muito dificil para mim aceitar a imperfeição
nao que eu nao aprecie beleza na contemporaneidade, nem que eu seja parnasiano
mas ainda sou romantico, idealista
vejo que há arte no acaso
os dramas sao historias até mais bonitas
que esses romances
mas os romances deixam abertas portas, por serem perfeitos, por nao terem feito escolhas ainda
o drama nao: se desenrola, não há volta
eu nao sei ainda viver sem escolha
nao sei bem aceitar, sem ficar imaginando como teria sido abrir a outra porta
estou em processo de reinventar-me
mas consciente;
não por mero acaso
já vejo beleza na
rima imperfeita
na métrica quebrada
nas dissonâncias do jazz e da bossa
Vejo a verdade do aikido
do improviso, do fluxo
o surf
o aceite, a adaptação de darwin
a vida idiossincrática, como ela é - do nelson
mas ainda desistir do sonho,
me soa com um tom de derrotismo
de justificativa
um gosto meio amargo
de icompetencia
até que ponto é uma mudança autêntica de paladar?
e até que ponto é só racionalização - eu, entregando os pontos?
até que ponto sou mesmo eu,  e onde começa minha percepção a ser influenciada pelos meus eus mais íntimos?
fracasso ou evolução,
sei lá...
ainda sou um romântico
no limite do idealismo
afinal, qual a borda do infinito?

01 outubro 2013

Doce

Passou
com a tristeza pendurada nos olhos
por toda a vida
E com um sorriso
de quem não merece,
Numa vida
de quem não esquece
como é doce um sacrifício
Ser triste
era quase uma aquarela
A tinta, um vício
A vida, a tela

-- João Otero - 1-out-2013 --

06 setembro 2013

Ensaio sobre a justiça

O traço mais marcante do ser humano é o egoísmo. No limite, sempre "primeiro eu".
Noções mais amplas de solidariedade e colaboração são praticadas até esse limite, apenas.
E a própria noção de justiça, que é um conceito abstratro produzido sobre esses outros conceitos mais fundamentais, também sofre essa influência. A ponto de eu afirmar que, de fato, não existe. Existe apenas como conceito, mas jamais será respeitado de forma unânime por uma população muito grande, por longos períodos de tempo. E a razão é que a "percepção" de justiça sofre influência do egoísmo, que é intrínsico e basal na personalidade do humano bicho. Senão, vejamos: quando o outro ganha o dobro que eu, tem mais importância o fato de eu ter ganho metade do que o fato de eu ter ganho algo extra, que eu não possuía antes. A inveja é relativa ao outro, não a mim ou ao que eu tenho. E tal fato é totalmente irrelevante ao conceito de justiça em sua acepção mais fundamental. Mas eu "sinto" injusto. Agora, veja-se: um mundo idealizado totalmente justo tende a produzir desigualdade - os indivíduos mais bem preparados, os mais afortunados, os mais inteligentes, os mais capacitados... naturalmente, no tempo, vão produzir mais, vão se sair melhor. Qualquer correção forçada desse fato, implica numa injustiça potencial. Mas assumindo-se que a injustiça não ocorra, haverá ao menos a "percepção" de injustiça, decorrente da inveja humana. Assim, a humanidade se auto-regula num patamar inferior: quem se sobressai demais, torna-se excluído; quem acumula demais, gera revolta; quem chama atenção demais, ganha torcida contra. Tanto em relação a indivíduos, quanto a grupos, classes sociais e até mesmo nações. É notória a predileção dos seres humanos pelo "mais fraco", seja time, indivíduo, empresa... Mas não há nesse fato senso algum de justiça. O fraco não têm necessariamente mais mérito pela predileção.  Há sim um senso de inveja, cuja raíz é o egoísmo humano natural. Há muias vezes um senso de empatia, que também é natural, visto que a "maioria", estatisticamente, tende a ser abaixo da média. O que impera, no fundo, é o egoísmo. A justiça, como conceito, é portanto utópica. Mas se no limite, vale o egoísmo, então no limite vale tudo. Só que isso gera insegurança, que egoísticamente, não é algo bom. Emerge naturalmente decorrente disso um acordo tácito onde certos padrões de justiça são respeitados. Mas o respeito à justiça ocorre apenas do ponto de vista de um máximo "local": pode-se esperar justiças em pequenos fatos; mas não se pode esperar justiça de um ponto de vista de máximo "global", respeitada em todos os momentos em relação a um indivíduo qualquer... pois essa juistiça global produz percepção de injustiça. É quase como dizer que receber justiça demais é injusto... É como se a sociedade ainda exigisse um certo grau de selvagerismo, necessário para acalmar ânimos dos menos afortunados que, estatisticamente, são maioria. Sim, é à força da maioria que tudo se rege. E a maioria é sub-ótima. Apenas uma triste constatação da realidade.

-- João Otero - 6-set-2013 --

02 setembro 2013

Fotografia

Fotografia é arte de fazer poesia com imagens dos outros.

01 setembro 2013

Das duas coisas: Piores tipos de Gente do Mundo

Os dois piores tipos de gente do mundo são: os ordinários.

01 agosto 2013

Meus poemas me dão ânsia de vômito - a maioria das vezes.
E às vezes é o contrário.

15 julho 2013

Grilos

Fica um pouco mais, madrugada
Não me deixe vir incomodar os passarinhos
Cala o barulho do sol que atropela o dia
Pára o tempo no infinito pra eu conversar com os grilos
bem mais serenos que esses passarinhos bobos
Deixa o tempo durar mais um pouco
que essa barulheira do sol faz faltar tempo pra tudo
Nem acabei meu livro ainda…

-- 15-jul-2013 João Otero --

Sucessão

Sucedeu que o moço era pinta. Sapato era branco; chapéu, Panamá.
Sucedeu que a pele era parda. E a palma batia um pandeiro no samba.
Sucedeu que esse moço era bamba, a corrente de ouro pendia no peito.
Sucedeu que o negão tinha jeito. E a morena sambava olhando pra cá.
Sucedeu uma faca - do nada...
Atrapalhou o batuque. Uma poça; uma viatura.
"O que sucedeu?"
"Sei não, sinhô! O moço tava só cantando…"

-- 22-abr/15-jul-2013 João Otero --

17 maio 2013


Se eu pudesse em algumas linhas
equacionar corações,
Talvez me viessem em retas
e catenárias de aço
Firmes riscos que iriam perdendo o traço…
E virariam canções
Embalando dissonâncias de lá…
Coração de engenheiro: a mais frágil estrutura que há

-- João Otero - San Francisco, 17-maio-2013 --

30 abril 2013

Dos bobos, os apaixonados são os mais espertos.

07 março 2013


Pluralizei com retóricas o pronome da carta que te escrevi: diálogo íntimo com meu alter ego.
Meu jardim esteve sempre aberto a visitações.

-- João Otero - 7-mar-2013 --

04 março 2013

Saudade



Era a saudade...
Que tingia de azul a rosa
Que regava o gramado da idade
Que calava esta voz que medra
Ao ver esculpida na pedra
Uma derradeira prosa
Era a saudade.

-- João Otero - 4/mar/2013 --

09 janeiro 2013

Companhia


...eras mais bela quando tinhas olhos tristes
mas ainda agora tu insistes em me fazer companhia
enchias-te de lágrimas enquanto eu te sorria
e agora tu me esnobas exagerando alegria 
pois veja só como é… veio outro dia!

mas ainda é sempre muito bom te ver, minha cara poesia

-- João Otero - 8-jan-2013 --

04 janeiro 2013

Passarinhos suicidas


Passarinhos suicidas
se jogam na frente do carro
quando começo a correr

Passarinhos suicidas desastrados
...Nunca conseguiram morrer

-- João Otero - 4-jan-2013 --