eu sou do naipe de copas, meu amor
sou jogatina pura e fina, da que vicia
e troca de jogo em jogo e mão em mão,
de coração em coração
e que te afaga e ateia o fogo
e encosta a faca e lança um pouco
de purpurina
que te provoca e desatina
de esquina em esquina
em ilusão
eu sou teu sonho sonhado
de naipe vermelho-borrado
do teu batom
eu sou tua blusa amassada
com alguns fiapos dourados
e sem botão
eu sou do naipe que vaga
em meio a poeira da estrada
perdido em frases cantadas
de um doce quê de paixão
eu sou de todos que feres
aquele que sabes que não
-- João Otero - 1-fev-2016 --
31 janeiro 2016
29 janeiro 2016
03 janeiro 2016
Barquinho vazio
houve algum fio de dor
tornado rio no meu rosto
mas um parêntese amigo
veio desviar-lhe o fluxo
tornado rio no meu rosto
mas um parêntese amigo
veio desviar-lhe o fluxo
era (obviamente justo)
algum parêntese em branco
preenchido pouco a pouco
com doses pequenas de pranto
algum parêntese em branco
preenchido pouco a pouco
com doses pequenas de pranto
veio-me vazio de muito
- até que muitou de pouco
e enfim coube-lhe espaço
prum barquinho de papel
- até que muitou de pouco
e enfim coube-lhe espaço
prum barquinho de papel
e o meu amor, entretido,
nesse lugar de desvio
viu que do meio de um rio
nem mais corria pra ela
nesse lugar de desvio
viu que do meio de um rio
nem mais corria pra ela
-- João Otero - 3-jan-2016 --
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