18 julho 2012

Para Poesia


Chega de clorofila,
de rimar as dores do amor,
chega de mitologia,
de reis, de deuses, de mar...
Não me venhas declamar atos heróicos, conquistas...
Não me filosofe no ouvido
deixando opiniões em pistas
Chega de abstrações concretas:
sejas direta! Mas sem pornografia...
O que quero que me digas? 
Entretém-me - és arte! -, Poesia!
Quintaneie-me um pouco, que eu preciso me acalmar
Que escrevam-te com as vísceras,
não com a mão, nem com a cabeça...
Há de te escrever, quem te mereça,
com os dedos do coração!
O que quero de ti, Poesia? 
Só um aparte de alegria!
Menos de filosofia, e um pouco a mais de arte!

-- João Otero - 18-jul-2012 --