05 julho 2015

No Vidro



derrete coração no suor do vidro
que já não há nenhum sentido
nessa tua marca de dedos
não foste esculpido
na face eterna dos rochedos
vieste pra escorrer
entre o sangue da paixão e nó dos medos
que me apertam a barriga
vieste para descer pelo ralo, foste comida
que alimentou, mas passageiro
o meu regalo


-- João Otero - 5-jul-2015 --