Gostinho de sono em manhã de segunda-feira
Gostinho de cócegas com besteira
Gostinho de sábado marcado na próxima-vez
Gostinho de bis, gostinho de quero-mais
Gostinho de talvez
-- João Otero - 29-mar-10 --
28 março 2010
Sem grilhões
tive uma sensação tão boa,
mesmo que açoitado;
mesmo que num domingo mal-agradecido,
e enquanto eu ouço essa chuva
antes que o meu presente minta...
tive uma sensação tão boa,
-- João Otero - 28-mar-10 --
obs: o blogspot não respeita meus espaçamentos.
assim,
de que Eu mando em mim...mesmo que açoitado;
mesmo que num domingo mal-agradecido,
atrapalhado,
véspera de segunda...e enquanto eu ouço essa chuva
cinza,
e percebo que eu ainda não tenho trinta...antes que o meu presente minta...
tive uma sensação tão boa,
assim,
naquele instante,
de que minha vida pertence a mim
de que minha vida segue avante
de que minha vida segue avante
-- João Otero - 28-mar-10 --
obs: o blogspot não respeita meus espaçamentos.
27 março 2010
Disso que eu tenho
Têm que vir como pitadas de tempero:
que apimentam o gosto e o cheiro;
nos fazem sentir melhor...
Mas não pode ser costumeiro
Porque, de massa sonsa e sem-cheiro,
vir-se a sentir o tempo inteiro
pode ser até pior...
-- João Otero - 27-mar-10 --
que apimentam o gosto e o cheiro;
nos fazem sentir melhor...
Mas não pode ser costumeiro
Porque, de massa sonsa e sem-cheiro,
vir-se a sentir o tempo inteiro
pode ser até pior...
-- João Otero - 27-mar-10 --
22 março 2010
O Escapulário Encantado
Era uma vez...
Um escapulário encantado
que uma Princesa me deu
Tornava o céu estrelado,
ensejo transformava em beijo,
abraço transformava em mel
Mas eu fui tão desastrado,
veja só o que aconteceu:
roubei o coraçãozinho dela,
que veio pra dentro do meu!
-- João Otero - 22-mar-10 --
Um escapulário encantado
que uma Princesa me deu
Tornava o céu estrelado,
ensejo transformava em beijo,
abraço transformava em mel
Mas eu fui tão desastrado,
veja só o que aconteceu:
roubei o coraçãozinho dela,
que veio pra dentro do meu!
-- João Otero - 22-mar-10 --
Perfume
Tu és rosa que atrai e afasta
e com teus espinhos pontiagudos traça
uma vidraça pra esses teus perfumes
E a pele grossa desses meus costumes
não se perturba com os teus arranhos:
estilha uns cacos, sangra e te arrasta
pra fora dessa tua vidraça,
pra dentro deste meu tapume
A singeleza dessas tuas carícias
- delicadeza vil que manipula -
em nada hão de me comover:
dobrar-se-ão em ofensas omissas
na mão viril que ora te empunha
com a maestreza que só eu sei ter
-- João Otero - 22/mar/2010 --
e com teus espinhos pontiagudos traça
uma vidraça pra esses teus perfumes
E a pele grossa desses meus costumes
não se perturba com os teus arranhos:
estilha uns cacos, sangra e te arrasta
pra fora dessa tua vidraça,
pra dentro deste meu tapume
A singeleza dessas tuas carícias
- delicadeza vil que manipula -
em nada hão de me comover:
dobrar-se-ão em ofensas omissas
na mão viril que ora te empunha
com a maestreza que só eu sei ter
-- João Otero - 22/mar/2010 --
Diálogo poético 1
Convite à Esperança
Maldita és tu Esperança!
Porque não morres primeiro?
Fazes-me esperar o dia inteiro por um céu mais anil...
Não vês que o que me têm é tão vil?!
Porque me deixas a esperar que se acalente minha alma?
Porque me fazes ter tanta desta horrenda calma?!
Porque não vais por primeiro ao invés de esperar tua hora?
Vamos juntos então - que seja - mas vamos agora!
Pra quê aguardar o enfado para só então ir embora?
Desgraçada tu és, Esperança mesquinha
Que sempre quiste ser última,
Quando ao menos uma vez, a última hora devia ser minha!
-- João Otero - 4/nov/09 --
Calma Desespero
Bendito és tu Desespero!
Por que não vês tua pujança?
Tu impulsionas o coração que só quer ser mais viril,
mesmo depois de ser taxado de hostil.
Tens fome de curar a dor que não se acalma
Enquanto eu espero o tempo de mãos atadas.
Saiba que do tempo sou preceito e do viés eu sou Senhora.
Impossível partir antes, pois ao equilíbrio damos forma.
Assim, cubro-te com o manto do consolo que me sobra.
Atrás de teus pés, Desespero, caminho.
Acreditando que tua dor vai embora sozinha.
Pois, se ficares por último, tua existência definha.
-- Nayara Oliveira - algum momento até 22/mar/10 --
visitem o blog da Nayara: http://retratopranana.blogspot.com/
Maldita és tu Esperança!
Porque não morres primeiro?
Fazes-me esperar o dia inteiro por um céu mais anil...
Não vês que o que me têm é tão vil?!
Porque me deixas a esperar que se acalente minha alma?
Porque me fazes ter tanta desta horrenda calma?!
Porque não vais por primeiro ao invés de esperar tua hora?
Vamos juntos então - que seja - mas vamos agora!
Pra quê aguardar o enfado para só então ir embora?
Desgraçada tu és, Esperança mesquinha
Que sempre quiste ser última,
Quando ao menos uma vez, a última hora devia ser minha!
-- João Otero - 4/nov/09 --
Calma Desespero
Bendito és tu Desespero!
Por que não vês tua pujança?
Tu impulsionas o coração que só quer ser mais viril,
mesmo depois de ser taxado de hostil.
Tens fome de curar a dor que não se acalma
Enquanto eu espero o tempo de mãos atadas.
Saiba que do tempo sou preceito e do viés eu sou Senhora.
Impossível partir antes, pois ao equilíbrio damos forma.
Assim, cubro-te com o manto do consolo que me sobra.
Atrás de teus pés, Desespero, caminho.
Acreditando que tua dor vai embora sozinha.
Pois, se ficares por último, tua existência definha.
-- Nayara Oliveira - algum momento até 22/mar/10 --
visitem o blog da Nayara: http://retratopranana.blogspot.com/
21 março 2010
Relacionamento
Um de um, e dois somente!
Todo relacionamento substantivo é verbo - e intransitivo -
em que alguns estalos de paixão se tem.
E nesse meu vocabulário - arcaico, se quiseres -
a única dor existente é a morte de alguém...
Mas essa morte, de vida inteira, dura pouco:
somente até a necessária besteira
de o outro morrer também.
-- João Otero - 21-mar-10 --
Todo relacionamento substantivo é verbo - e intransitivo -
em que alguns estalos de paixão se tem.
E nesse meu vocabulário - arcaico, se quiseres -
a única dor existente é a morte de alguém...
Mas essa morte, de vida inteira, dura pouco:
somente até a necessária besteira
de o outro morrer também.
-- João Otero - 21-mar-10 --
19 março 2010
Meu Doce Suicídio
Decidi morrer do meu jeito, após o meu último pedido
E pedi para correr os riscos, de tudo o que me fez querer o suicídio
E enquanto eu me suicido - afogado no êxtase de tiradas de duplo sentido,
ou soluçando humor-negro embebido em vinho tinto -
veio um anjo branco de olhos claros segurar a minha mão e morrer junto comigo
E esta morte eu quero bem vivida...
Porque nao há nada melhor do que ir morrendo a vida
escolhendo como se morrer
-- João Otero - 18-mar-10 --
E pedi para correr os riscos, de tudo o que me fez querer o suicídio
E enquanto eu me suicido - afogado no êxtase de tiradas de duplo sentido,
ou soluçando humor-negro embebido em vinho tinto -
veio um anjo branco de olhos claros segurar a minha mão e morrer junto comigo
E esta morte eu quero bem vivida...
Porque nao há nada melhor do que ir morrendo a vida
escolhendo como se morrer
-- João Otero - 18-mar-10 --
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