Tu és rosa que atrai e afasta
e com teus espinhos pontiagudos traça
uma vidraça pra esses teus perfumes
E a pele grossa desses meus costumes
não se perturba com os teus arranhos:
estilha uns cacos, sangra e te arrasta
pra fora dessa tua vidraça,
pra dentro deste meu tapume
A singeleza dessas tuas carícias
- delicadeza vil que manipula -
em nada hão de me comover:
dobrar-se-ão em ofensas omissas
na mão viril que ora te empunha
com a maestreza que só eu sei ter
-- João Otero - 22/mar/2010 --