22 março 2010

Diálogo poético 1

Convite à Esperança


Maldita és tu Esperança!
Porque não morres primeiro?
Fazes-me esperar o dia inteiro por um céu mais anil...
Não vês que o que me têm é tão vil?!
Porque me deixas a esperar que se acalente minha alma?
Porque me fazes ter tanta desta horrenda calma?!

Porque não vais por primeiro ao invés de esperar tua hora?
Vamos juntos então - que seja - mas vamos agora!
Pra quê aguardar o enfado para só então ir embora?

Desgraçada tu és, Esperança mesquinha
Que sempre quiste ser última,
Quando ao menos uma vez, a última hora devia ser minha!

-- João Otero - 4/nov/09 --



Calma Desespero


Bendito és tu Desespero!
Por que não vês tua pujança?
Tu impulsionas o coração que só quer ser mais viril,
mesmo depois de ser taxado de hostil.
Tens fome de curar a dor que não se acalma
Enquanto eu espero o tempo de mãos atadas.

Saiba que do tempo sou preceito e do viés eu sou Senhora.
Impossível partir antes, pois ao equilíbrio damos forma.
Assim, cubro-te com o manto do consolo que me sobra.

Atrás de teus pés, Desespero, caminho.
Acreditando que tua dor vai embora sozinha.
Pois, se ficares por último, tua existência definha.

-- Nayara Oliveira - algum momento até 22/mar/10 --



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