31 outubro 2010

Anjo que passa

venha meu anjo,
e dance o teu ventre
por entre essas mesas
e seja a beleza
por entre essas taças
desalma-me o dia
desarma-me o punho
desfaça a tristeza
que ia em meu cunho

(e eu sigo vidrado no jeito que passas...)

venha meu anjo,
com tua silhueta
sineta dos sonhos
que eram tristonhos
até teu olhar
dilata-me o instante
destrata-me o beijo
que eu pressuponho
ante o teu desejo

(...mas não me censures só por te beijar!)

-- João Otero - 31-out-10 --